sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

REFLEXÃO DE NATAL


A noite desce calma. Luzes cintilam para onde quer que se olhe. Os homens enfeitam ruas praças e cidades. Abraços, apertos de mão, votos de felicidades, saúde e prosperidade ecoam nos quatro cantos do mundo!
A humanidade busca o melhor de si nesta época, celebrando o nascimento do Filho de Deus!
Será que no acender de tantas luzes, na ornamentação das casas, do amor e amizade representados pelas reuniões, encontros e presentes estamos realmente conscientes do grande acontecimento que celebramos?
Evoluímos apesar de tantos desencontros, violências, desamor...
No campo de todas as ciências, descobertas nos surpreendem a todo o momento.
No entanto, apesar do muito acesso à consciência de que somos muito mais que matéria até que ponto nos lembramos de que somos espíritos feitos à imagem e semelhança de Deus, e que nosso propósito é buscar  evoluir sempre? Será que sabemos agradecer os presentes e as oportunidades que recebemos todos os dias?
 Fazemos o que sabemos para celebrar o nascimento de Jesus, que veio dividir os tempos e permitir nosso acesso ao conhecimento maior do sentido da vida.
Mesmo que estejamos sempre repetindo tradições que há muito são cultivadas é necessário que paremos para pensar que as manifestações externas de amor, de compreensão, de carinho são de fato representações de um mundo maior.
É preciso que envolvamos verdadeiramente nossa alma, ofertando presentes, abraços e encontros que nos levem ao interior de nós mesmos e aí sim, acender todas as luzes, para a revelação do Amor!
É tempo de solidariedade, de compreensão, de perdão! Que estes valores se transformem em atitudes objetivas, autênticas e atuantes.
Quando nos foi dada a felicidade de ter com quem compartilhar tal caminhada através da convivência familiar, da compaixão com o próximo, da amizade sincera, fomos agraciados de forma mais leve a exercitar o caminho da iluminação e da compreensão do que é verdadeiramente compartilhar momentos felizes em nome de Jesus!
Que possamos celebrar juntos, muitos e muitos renascimentos Dele entre nós, mesmo que de forma tão materializada, porque a tentativa das celebrações é de aprender a amar! De verdade!
Que entre todas as metas que nos forem dadas a realizar esteja a da compreensão do verdadeiro sentido da vida e do amor de JESUS, O CRISTO renascido todos os dias em nossos corações!

FELIZ NATAL E UM ABENÇOADO ANO NOVO!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Cruz e Sousa - uma vida de sofrimento e sensibilidade.

 Cruz e Souza é a figura maior do nosso Simbolismo, nascido a 21 de novembro de 1861 em Desterro hoje Florianópolis .Ser humano sofrido ao nascer sofreu ainda a condição da escravidão.Sua família foi alforriada pelo seu dono ,marechal Guilherme Xavier de Sousa.
Pela proteção do Marechal Guilherme e sua esposa teve a oportunidade de estudar sobressaindo-se nas letras.Sua forte sensibilidade e cultura tornaram maior seu sofrimento diante dos preconceitos que o atormentariam em várias ocasiões de sua vida.Seus poemas refletem sempre este desespero pelas barreiras de trabalho que o levaram a dificuldades  financeiras.Ao ler seus poemas sentimos como que este grito de dor pelas injustiças que sofreu. 

O Simbolismo é   o  movimento literário que começa sendo a negação do Romantismo.Valoriza as manifestações metafisicas e espirituais.
A realidade objetiva não mais interessa,O homem volta-se para uma realidade subjetiva.O eu passa a ser o universo, mas não o eu superficial,sentimentaloide e piegas do Romantismo.
Os simbolistas vão em busca da essência do ser humano - aquilo que ele tem de mais profundo e comum com todos - a alma.Busca a oposição entre matéria e espírito,busca o espaço infinito.


Cárcere das almas
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas,entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares ,estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.

Ó almas presas  ,mudas e fechadas
Nas prisões colossais abandonadas,
Na Dor no calabouço, atroz ,funéreo!

Nestes silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do Mistério?!

No Simbolismo tudo é sugestão.As palavras transcendem o significado ao mesmo tempo em que apelam para a totalização de nossa percepção,ou seja,apelam para nossos sentidos.Daí ser constante o uso de sinestesias e aliterações.Além da musicalidade que é uma das características mais fortes.

"Vozes veladas,veludosas vozes,
Volúpias dos violões,vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices vorazes
Dos ventos,vivas,vãs,vulcanizadas."

Nicola,José de."Literatura Brasileira - das origens aos nossos dias".Ed.Scipione,São Paulo,1990.